#1 - Entrevista a Fabeta

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MD : Ora muito bem , vamos começar , nasceu a 1 de Abril de 1987 , em Gens ( Gondomar ) , curiosamente foi no clube da sua terra que começou a dar os primeiros toques na bola !  Começou no Gondomar nas escolinhas em 1997 e só saiu do Gondomar em 2007/2008 para o clube grego do Asteras , Fabeta , diz-nos , achas que a tua formação no Gondomar foi fundamental para o teu desenvolvimento , achas que os 10 anos que estiveste na equipa da tua terra te levou a ser grande jogador ?


F : Sem dúvida que o tempo que passei no Gondomar foi importante para o meu desenvolvimento e para o atleta que sou hoje.
Durante a formação tive várias oportunidades para sair para clubes grandes, o que até me poderia ter levado para outro patamar mas acho que fiz a escolha acertada em me manter no meu clube.
Penso que naquela altura a cada 5 jogadores que entrassem por exemplo no FC Porto, apenas 1 conseguia chegar a profissional.


MD : Com 21 anos saiste da tua zona de conforto , ou seja o Gondomar , e rumaste para a Grécia , mais concretamente para o Asteras onde só fizestes , curiosamente, 1 jogo . O que falhou para não obteres sucesso em solo grego?


F : A minha aquisição pelo o clube era uma aposta de futuro e não para imediato. Mas mesmo assim as coisas poderiam ter tido contornos melhores do que aquilo que realmente aconteceu.
Pouco antes do Natal estreei-me em casa do Panathinaikos e o técnico demonstrava sinais de contar comigo.
Contudo, fui associado a um empréstimo ao Rio Ave em janeiro e não se concretizou. Desde dessa altura em que fui anunciado na comunicação social grega deixei de fazer parte das opções. Nao sei se esteve diretamente relacionado, nunca me deram explicações, mas aconteceu tudo ao mesmo tempo.
Foi um ano que fiz 1 jogo no campeonato , 1 jogo na taça e 20 jogos nas reservas. Mas não foi o tempo de jogo que me levou abandonar o clube, foi a maneira como fui tratado desde de Janeiro.
Tinha o objetivo de fazer mais jogos na equipa principal mas também percebia a dificuldade que era para um miúdo.


MD : Em 2009 , sais da liga grega para vires para o Beira Mar , onde tens o momento alto da tua carreira ! Foste campeão da Segunda Liga pelo Beira Mar , qual foi a sensação ?


F : Foi uma sensação quase indescritível.
O ambiente vivido antes , durante e no final foi algum maravilhoso.
Recordo-me que ao intervalo estávamos todos em pulgas, um sentimento inquietante tomava conta de mim e a vontade era enorme de o jogo retomar. Os últimos minutos, os adeptos invadiram o campo e acabaram por ver os minutos finais junto às linhas do terreno do jogo (parecia o tempo antigo) e por fim aquele momento do apito... que sentimento maravilhoso que foi.


MD : Segue-se o Santa Clara em 2010 , onde realizaste 6 jogos sem marcares qualquer golo , em 2011 , regressas ao Gondomar , e jogas 33 jogos para a liga , mais uma vez sem qualquer golo marcado . O que falhou no Santa Clara para só ter realizado 6 jogos ?


F : Santa-Clara foi o pior ano da minha carreira.
Havia pessoas à frente do clube que não mereciam nem deveriam estar no futebol. Passaram-se coisas muito graves embora eu também tenha tido culpa, defender os nossos direitos pode-nos trazer consequências.
Mas não me vou alargar mais neste tema, pois é passado e o Santa-Clara merece toda a credibilidade que a região têm.


MD : Em 2012 voltas a sair de Portugal , vais para a liga do chipre e assinas pelo Ayia Napa , realizaste só 7 jogos , em 2013 , assinas por duas equipa , primeiramente pelo Fátima , realizaste 11 jogos e pelo União de Leiria , onde jogaste 12 partidas oficiais . Destes 2 anos , qual foi a equipa que mais te deu "prazer" jogar ? Ayia Napa , União de Leiria ou Fátima ?


F : Ayia Napa deu-me prazer pela belíssima ilha, mas era um clube pequeno que tinha chegado à 1ºLiga. Uma lesão na lombar no jogo contra o APOEL fez com que o meu percurso no Chipre tenha terminado ali. Clube deixou de pagar por estar lesionado e o processo está na FIFA.
Fátima tínhamos uma belíssima equipa e um grupo fantástico, teria sido uma época inesquecível se não fosse os problemas financeiros que rebentou com um grupo. Deixei o União de Leiria para o fim porque dos 3 foi o que me deu mais prazer. Clube de 1 divisão, que queria e quer voltar a ter a credibilidade no futebol Nacional. Tínhamos um grupo muito bom e uns adeptos fantásticos, apesar do excelente arranque perdemos força a meio e acabamos na luta no ultimo jogo.


MD : Seguem-se o Cinfães em 2014 , onde realizaste 22 jogos e marcaste o teu primeiro golo como sénior , contudo foi com 27 anos que marcas o teu primeiro golo , é um cenário normal para um defesa , ainda te lembras deste golo ? Gostaste da passagem pelo Cinfães ?


F : Eu não sou um defesa goleador mas também não foi aos 27 anos que marquei o primeiro golo. Na segunda liga em 2006/2007 fiz 2 golos na 2ªLiga e 1 golo na Liga Intercalar.
Mas sim recordo-me desse golo. Foi contra o Espinho em casa, na sequência de um canto dei a melhor direção à bola após cabeceamento.
Cinfães foi o clube historicamente mais pequeno que representei. Mas trago boas recordações de lá, pessoas simples e humildes à frente do clube. Um região do interior mas com pessoas com bom coração e que deveriam de ter mais sorte no futebol.


MD : Em 2015 assinas pela Sanjoanense , onde permaneces atualmente , diz-nos , estás a gostar ?
F: Sim estou a gostar bastante.


MD : Nesta época a Sanjoanense quase que passou á próxima fase , que era , a fase de promoção para a Segunda Liga , mas , contudo faltaram 2 pontos para seguirem em frente , o que aconteceu para a Sanjoanense em vez de estar a lutar para subir à Segunda Liga estar a luta pela manutenção ?


F: Fui uma injustiça enorme não termos ido à fase de promoção. Fomos de longe a melhor equipa deste campeonato. Quando falo na melhor equipa refiro-me a nível de qualidade de jogo jogado e também de supremacia em praticamente todos os jogos, incluindo os 2 jogos com o Estarreja que não ganhamos e que merecíamos as vitorias em ambos os jogos. Contudo, o futebol não é só a qualidade ou a supremacia que importa.
Faltou-nos em alguns jogos maturidade, foram muitos jogos sem ganhar em casa.  E também não contamos com aquela estrelinha em jogos que merecíamos ganhar e acontecia-nos um pouco de tudo.


MD : Para terminar , vamos focar nas perguntas dos nossos leitores , Ãngelo Gomes pergunta-lhe , " Mudaria algo ou alguma decisão tomada na sua carreira? Qual o seu objetivo a médio prazo e quais os próximos passos para atinguir esse objetivo? ".


F : Costumo dizer que não mudaria nada das opções que tomei. Quando as tomei foram sempre a pensar que seriam as melhores para mim.
A médio prazo gostaria de voltar às ligas profissionais,gostaria de ter nova oportunidade agora com mais experiência. Os passos, é trabalhar cada vez mais.


MD : Vítor Silva pergunta , " O porquê da escolha da ADSanjoanense na epoca 15/16 ? " .


F : O Mister Pepa numa conversa particular falou me muito bem da Sanjoanense. Depois o projeto apresentado pela direção que me cativou e me fez ver a importância que poderia ter no clube e por fim , também me influenciou o Mister Ricardo Sousa.


MD : Kani Owen Jr , pergunta , "  Qual é o seu sonho a nivel futebolístico ? ".


F : Estou com 28 anos e já não sonho tanto como antigamente. Mas continuo a ter os meus sonhos. O meu sonho passa por jogar na 1ªLiga Portuguesa


MD : Para acabar em beleza falta a mítica pergunta , o porquê de te chamares Fabeta , quando o teu nome "verdadeiro" é Fábio Barros ? De onde surgiu essa alcunha ?


F : Era miúdo e o pai de um dos meus colegas de equipa durante uma partida foi apelidando vários jogadores porque achava que deveríamos de ter apelidos. A mim calhou-me Fabeta. Desde daí que ficou assim.


MD : Muítissimo obrigado Fabeta por esta grande conversa ! Em nome da Mais Desporto , agradecer mais uma vez ! Foi um prazer e uma honra tê-lo aqui conosco !

F: O prazer foi todo meu ainda por cima para uma página que já tem milhares de seguidores .

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